AKEDIA
"O que os antigos monges chamavam de AKEDIA é algo mais do que aborrecimento. é o desânimo, inércia, insatisfação, tédio, incapacidade de viver o momento atual. É a consequência de um anseio frustrado e uma mistura de tristeza e de ressentimento. Para Evágrio, é o demônio mais perigoso, que não só luta contra partes isoladas da alma, mas que pode paralisar a alma toda."
Evágrio, um monge grego, que poderíamos chamar de psicólogo entre os monges antigos... ( GRÜN, Anselm; Seja fiel aos seus sonhos, p.22)
Designa uma ruptura da ascese (askesis) e da vigilância (nepsis), um estado de negligência interior, de desencorajamento, de vazio doloroso, de "depressão".
A akedia corresponde a um certo estado de preguiça e a um estado de aborrecimento, mas também de desgosto, de aversão, de lassidão, e igualmente de abatimento, de desencorajamento, de languidão, de torpor, de sonolência, de peso do corpo (soma) e da alma (psyche).
Através dela se manifesta uma insatisfação vaga e geral, onde não se tem gosto por nada, tudo é enfadonho e insípido, nada vale nada.
A akedia deixa o homem instável em sua alma e em seu corpo, suas faculdades ficam inconstantes; seu espírito incapaz de se fixar vai de um objeto a outro. Sozinho, o homem fica inquieto, buscando distrações, errando e vagabundeando. Busca contatos a qualquer preço com todo mundo, que pela paixão se tornam indispensáveis. Estabelece assim relações fúteis que alimenta discursos inúteis e vã curiosidade.
Algumas vezes cresce, pela akedia, uma aversão intensa e permanente ao lugar que se reside, um descontentamento que faz imaginar lugares melhores, atividades e pessoas mais interessantes.
Todos estes estados que se associam à akedia são acompanhados de inquietude ou de ansiedade, que são além do desgosto, um caráter fundamental desta paixão. É particularmente junto àqueles que se dedicam à vida espiritual que a akedia ataca: desviando-os das vias do Espírito, impedindo-os de várias maneiras cumprir as atividades que uma tal via implica, e particularmente minando a regularidade e a constância da disciplina ascética (askesis) que esta via necessita, rompendo o silêncio e a imobilidade que a favorizam.
FONTE- http://www.sophia.bem-vindo.net/tiki-index.php?page=Philokalia-Therapeutes%20Akedia
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18.2.08
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